quarta-feira, 21 de agosto de 2013

recebendo-a (em fragmentos)

mas de modo estranho
me segurei por uns minutos,
não queria ver de novo.

como se ela não estivesse mais.
como se desaparecesse,
fosse sumir.
e de mim, 
sobrasse só poeira.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

O tempo muda e traz consigo
pacote no faro
naco de meleca
nesga de catarro.

domingo, 11 de agosto de 2013

Caiu em si por duas piscadelas
O chão era seu a terra,dela.
Correu pelos campos procurando o namorado
Entortou as vielas, bêbada e nua
depois de tanto desencontro
Onde cabe o sentimento de três vidas numa?

Exauriu assim sua energia da vida
Amou por tamanho da sua ferida
Não me pergunte de onde veio
Três pães vivos pelo campo de centeio.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

já tô vendo
diferente
a diferença.

          no diferente
          de gente
          o rente.

  difere
  a gente,
  enquanto lendo

                           já tô vendo
                                   a diferença
                                          no diferente.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ode ao gato desabrigado

E toda sua sina
desaparece num simples prato de mingau.

Se a resposta à todos os problemas do mundo
fosse uma palavra,
seria miau.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Letargia

passeios noturnos
surpreendem.

a vi vindo
por entre vielas. 

meio à neblina,
deixei por uma lágrima.
bastou uma palavra.

ergueu-se, massa negra.
o caminho de volta,
cria do submundo.

a proteção autoritária,
de acasos guiados
por cercos intermináveis.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

declínio

(em mim)
para deixar infecto pela dor latente,
tornar aura.
quero que me tragam dez triângulos equiláteros
só para me descobrirem em seu quarto lado.
eternizem o rastro patético dos amantes da violeta
sua redenção se encontra na esquina.

achem o labirinto linear infinito
e no fim,
atirem.